Agroecologia

Plantação de palma em sistemas agroecológicos 

O uso da palma enquanto auxilio na recuperação do solo e na manutenção ecológica das propriedades rurais no Nordeste brasileiro está em alta...

A palma (Comum - Opuntia fícus indica, Miúda - Opuntia cochenellifera e Orelha de elefante - Opuntia sp.), é uma importante aliada no forrageio das criações de pecuaristas no semiárido nordestino, possui grande valor nutricional e é resistente a seca, característica comum à maioria dos cactos. Além de estar associada a criação de animais no semiárido brasileiro, a palma se mostrou eficiente na recuperação do solo e na conservação da biodiversidade.

Através de observações sistemáticas ao longo dos últimos cinco anos, em três pontos controle na zona rural do município de Caetés, foi possível constatar que o plantio de palma em "barreiras", auxilia na contenção do solo prevenindo a erosão, outra característica é que ela atua enquanto cobertura para o solo, diminuindo a temperatura nos palmais, e produzindo microhábitats e microclimas auxiliando ainda no desenvolvimento da microbiota. Foi observada presença de fungos nas raízes de plantas mais antigas, numa relação de simbiose auxiliando na recuperação nutricional do solo.

Num estudo sobre anuros como bioindicadores, o Biólogo e Gestor Ambiental Rogério Oliveira, observou que a riqueza de anfíbios em plantações de palma era semelhante à de ecossistemas originais apontando a palma em si e suas contribuições ecológicas como causa desse fenômeno.

Abelhas Aripuá (trigona spinipes ) polinizando na flor da palma-orelha-de-elefante (Opuntia sp.)
Abelhas Aripuá (trigona spinipes ) polinizando na flor da palma-orelha-de-elefante (Opuntia sp.)

Os locais que serviram como "laboratório" para essas observações foram as propriedades Agroecológica Sítio Serrote, Sítio Quati e Sítio Várzea da Espera, todas na zona rural de Caetés e assistidas pelo grupo de pesquisa Vale do São José. Nessas localidades a palma integra Bancos de Proteína para alimentação animal e Sistemas Agroflorestais (SAF), onde são cultivadas entre a plantação de palma espécies arbóreas, de potencial forrageiro, frutífero e espécies nativas da área. Nessas áreas, percebeu-se que além de incrementar a alimentação dos rebanhos domésticos e melhorar a qualidade do cultivo, as plantações auxiliaram nos ciclos alimentares das espécies locais da fauna, sem, no entanto, prejudicar os ciclos ecológicos locais e sem casos de invasão da palma através da dispersão de sementes.

Banco de Proteína da propriedade agroecológica sítio Várzea da Espera
Banco de Proteína da propriedade agroecológica sítio Várzea da Espera

Texto e imagens: VIEIRA, A.G.T. 

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