Trapiá ou Propiá - Crateva tapia L. por Alexandre Gomes Teixeira Vieira
Arvore frondosa e perenifólia (se matem verde na época seca), o Trapiá (C. tapia) está relacionada aos enclaves de Brejo de Altitude e zonas suscetíveis a alagamento na época das chuvas, de madeira pesada mas não muito durável. possui frutos comestíveis, dos quais pode-se fazer sucos, geleias, doces ou consumi-los in natura. A casca da madeira dessa planta quando cortada, exala um leve odor semelhante ao do alho. Na classificação botânica pertence a família Capparaceae, a mesma família do Incó/Icó, feijão-bravo e do muçambê. Sua propagação ocorre por sementes que apresentam bom índice de germinação, mudas podem ser produzidas a partir de estacas da raiz de arvores adultas.
Na medicina popular, frutos, cascas e folhas tem aplicações medicinais, sendo usadas principalmente em chás com gosto um pouco amargo e um cheiro que lembra levemente o alho. O chá das folhas e entrecasca é usado para aliviar crises de asma, a seiva da planta pode ser usada como analgésico dental. A casca e entrecasca, são febriólogas e tônicas, também usadas no tratamento de pedra nos rins. O cosimento das cascas e entrecasca, pode ser usada no tratamento de unheiros e feridas, e auxilia no tratamento de afitas.Na veterinária caseira são usadas as folhas pisadas e raspas da casca no tratamento de feridas, sarnas e queda de pelo de cavalos e outros animais domésticos.
É uma espécie de formações em recuperação, podendo ser usada na segunda fase da recuperação florestal. Suas flores são melíferas, atraindo grande diversidade de polinizadores, bem como, seus frutos apreciados por muitos animais. Resistente a salinidade do solo, auxilia na correção de acidez e no desenvolvimento da micro-biodiversidade do solo. Recomendada para recuperação de nascentes e matas ciliares.
Texto e imagens: VIEIRA,A.G.T.
Referências: MAIA,G.N. Caatinga arvores e arbustos e suas utilidades. 2012.