Os desígnios que a biologia me reservou
Por Nathália Thais Cavalcante da Silva
Desde o início a biologia me escolheu. Ao ser questionada sobre qual graduação fazer, eu desejava algo na área da saúde, pela certeza de amar a vida...
Entre bolsas de estudo e aprovação em outras áreas, lá estou eu no primeiro período do curso de Graduação em Ciências Biológicas da Universidade de Pernambuco - campus Garanhuns. Uma menina que sempre estudou em escola pública, ocupando uma vaga numa Universidade Estadual. A cada conhecimento obtido na vida acadêmica, meu amor pelas formas de vida começou a aumentar. E o mais legal: quantas formas de vidas há dentro da biologia! Cada uma com sua particularidade e importância! Assim cresceu meu amor pela biologia, por isso falo que foi ela quem me escolheu.
Diante de tantas áreas propostas, demorei a me encontrar dentro do curso; apenas no 7º período a fisiologia vegetal me encontrou. Fui acolhida por um professor recém-chegado à Universidade (Hiram) e minha amiga da graduação (Aline). Com eles, desenvolvi meu projeto de conclusão de curso na área da fisiologia vegetal, trabalhando com metabólitos secundários. Ao concluir a graduação, tive a certeza de que queria ir mais além, então concluí a especialização em metodologia do ensino de biologia e química e, posteriormente, veio a aprovação no PPGCTA (Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental) da UPE.
Entrei no programa com a proposta de trabalhar com Plasticidade Fenotípica, em conjunto com o professor Hiram, porém os desígnios foram outros. Veio então um novo desafio, comecei a trabalhar com o professor Xavier e caí de paraquedas no mundo das formigas e das plantas com nectários extraflorais. No início, o desafio foi enorme, porém, isso me faz refletir o quão linda a biologia é e me faz comparar-me a diversas formas de vida que há dentro da biologia e que precisam se readaptar a novas condições.
Buscando unir ideias do projeto inicial com o professor Hiram com a linha de pesquisa do professor Xavier, atualmente trabalho caracterizando os atributos funcionais (morfológicos, volume e composição do néctar) de uma comunidade de plantas com nectários extraflorais do Vale São José e a complementariedade térmica das espécies de formigas que interagem com essas plantas, a fim de entender os fatores bióticos e filtros ambientais que afetam a relação formiga/plantas com nectários extraflorais e a vulnerabilidade desta interação ecológica frente a mudanças nas condições de temperatura.
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