A minha pesquisa monográfica surgiu do desejo de estudar a Comunidade Remanescente de Quilombo de Atoleiro, uma comunidade que me era familiar, no sentido de família mesmo. Essa comunidade está localizada na zona rural no município de Caetés - PE.

Por: Daniele Bernardo

Para essa pesquisa parti, no entanto, de uma perspectiva e um olhar diferenciado, treinado, familiarizado, que me proporcionasse analisar as relação da população nativa com a sua cultura e a formação de sua identidade, bem como a participação da escola da comunidade nesse processo de construção identitária e de perpetuação da cultura local. Atoleiro sempre chamava muita atenção desde por possuir características únicas em relação a outras localidades do município, sobretudo por suas manifestações artísticas como o Samba de Coco, a Banda de Pífano e as mais recentes manifestações de sua cultura; grupo Pérola Negra, Samba de coco mirim e o artesanato.

Orientação e metodologia

Essa pesquisa foi orientada pela professora Me. Iolanda Cardoso de Santana, a abordagem utilizada foi a da pesquisa etnográfica, com a metodologia da observação participante visando a inserção no cotidiano das pessoas do Sítio Atoleiro, para analisar os mecanismos de alteridade o funcionamento das instituições e o diálogo com as manifestações culturais existentes na comunidade. Registrando em meu diário de campo as diversas visões acerca da escola e das relações culturais e identitárias que pude ter acesso, entre professores e alunos, moradores da comunidade ou vindos de outras localidades. 

O que escrevi sobre a comunidade?

No decorrer da pesquisa de campo e em contato com moradores, alunos e a equipe gestora da Escola Manoel Izidório na comunidade de Atoleiro foi possível pontuar alguns fatores que implicam de forma positiva acerca dos esforços para o resgate identitário e incentivo para estreitar as relações entre a população e sua cultura, sendo a escola uma instituição que atua diretamente com a comunidade e motivando o acesso ao conhecimento acerca de suas origens, a mesma tem alcançado resultados bastante expressivos e que já reflete na comunidade, assim como aproxima a população, de forma ainda mais especial os jovens, para as manifestações culturais existentes na comunidade como é o caso do Samba de Côco Mirim, o Grupo Pérola Negra e o artesanato, sendo os grupos de dança iniciativas recentes da escola e que já expressa as formas de perpetuação da cultura. A pesquisa aponta também para a necessidade do esforço na aplicação da Lei 11.645 não apenas em escolas de comunidades quilombolas mas sim em toda sociedade para que os efeitos da educação anti-racista possam ser observadas e tenha frutos numa esfera muito mais ampla. 

Onde fica?

A comunidade quilombola de Atoleiro está localizada na zona rural do município de Caetés, no Agreste meridional do estado de Pernambuco, distante cerca de 5km da zona urbana de Caetés.

Daniele Bernardo

Licenciada em História pela Universidade de Pernambuco, possui pesquisas em História e Cultura afro-brasileira e Antropologia.